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14 de março - Dia da Poesia

14 de março - Dia da Poesia

A POESIA MORREU ???

Pois bem, anunciar a morte da poesia seria uma hipocrisia? Muito antes de publicar o meu primeiro livro, eu já ouvia dizer que a poesia estava morta. Uma coisa pode-se questionar: Será que o que estão acabando não são os leitores? A poesia continua existindo mesmo que para uma minoria ainda interessada em versos e sonetos.  Ela está em toda parte. Seu mistério está no "brincar com a linguagem". O poeta é o mágico das palavras. Ele explora os sentidos, alterna os silêncios, fabrica "mulheres flores " e "homens pássaros".

 

Percebam que a ocorrência da função poética está onde a sentimos em alto estilo: em roteiros dos filmes, em canções populares, slogans publicitários ou mesmo nos provérbios passados de geração em geração. A poesia deveria ser mais popular. Temos bons exemplos como o Cordel. Então como afirmar que morrerá? Os livretos populares conquistaram muitos leitores, mesmo que como souvenir para os turistas. Outro exemplo está nos versos dos rappers, "poetas" dos morros e do asfalto,  que brilham nos dias de hoje com sua linguagem que abraça o realismo.

 

Muda-se a "cara da poesia". Muda-se o idealismo. A poesia nunca morre, ela retorna muitas vezes diferente. Drummond usava de seu lirismo encantador. Humberto de Campos o requinte do Parnasianismo. Os versos livres de Manoel Bandeira falavam da infância, da angústia e da paixão pela vida.  Em Pasárgada criou-se um mundo fictício e a poesia moderna  acabou musicada por Gilberto Gil. Vinicius de Morais explorou o amor e assim vai... até quando uma nova poesia se aflora. 

 

O poeta de hoje é uma miscelânea de gêneros. Bandeira usava o cotidiano e todas as coisas simples da vida para compor a sua poesia. Eu também. Sinto falta é dos críticos literários. A poesia se mantém restrita a blogs pessoais e livros. Graça a Deus os livros! Mesmo com tanta modernidade, eles resistem. Que venham o e-books ! 

Um livro é feito para multidão, mesma que essa multidão seja um único leitor. Não importa. Se os leitores vão acabar? Talvez sim, talvez não! Mas os escritores não. O escritor vai resistir. A poesia vai se reinventar. O poeta é o escritor que não adormece nunca...

 

 

Artigo 

Luciana Aquino Capello Coelho

Jornalista Profissional e escritora

Autora do livro de poemas " Atrás das letras..." Editora Scortecci

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